domingo, 5 de setembro de 2010

A independência da África francesa

  O processo de independência das colônias francesas na África foi, de certo modo, pacífico (excluindo o caso da Argélia), apesar de detenção de líderes políticos nacionalistas em conflito com autoridades coloniais.
   O governo da França tomou a iniciativa de apresentar propostas reformistas, entendidas como sendo o primeiro passo para a emancipação. Essas reformas estavam reunidas em um documento chamado    Loi-Cadre, a Lei-Quadro, adotado em 23 de junho de 1956. Segundo o documento, os colonos de cada território teriam direito de voto para eleger representantes para as assembléias locais e para os conselhos de governo.
    Em viagem à África francesa, em 1958, o então presidente francês, Charles De Gaulle, prometeu que os colonos seriam consultados sobre o fruto de cada região colonizada pela França em uma consulta popular, no qual todos teriam que decidir se queriam ou não fazer parte da Comunidade Francesa. Ficou claro que as regiões que não integrassem a Comunidade teriam sua independência imediata, mas não contariam com o apoio do governo francês.
     A Guiné foi a única colônia que se manifestou contraria ao ingresso na Comunidade Francesa. Segundo o líder político Ahmed Seku Turê, ingressar na Comunidade não significava a independência dos povos e sim a manutenção dos laços de dominação.
     Com a vitória da proposta de formação da comunidade Francesa, ficou decidido que a língua oficial seria o francês e que a bandeira e o hino da França também seriam símbolos importantes para os povos africanos.
     A formação da Comunidade Francesa possibilitou que o movimento de emancipação das colônias ocorresse de modo negociado, sem os confrontos armados. Assim, em 1960, uma onda de independências tomou conta da África francesa, e novos países se constituíram: Madagascar, Costa do Marfim, Senegal, Mali, Gabão e outros, embora muitos deles permanecessem ligados à França.

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